sábado, 17 de dezembro de 2016

DE URGÊNCIA.

Perto dos sessenta anos dei-me conta da urgência em viver - afinal, não haveria outros sessenta me esperando.
Mas, céus, sou muito devagar, desde bebê, não seria agora que ficaria esperta, animada, frequentando festas ou pessoas.
Assim, a vida prosseguiu e se alongou de mim, que persisto em ficar em casa, mesmo com um surpreendente céu azul, como o de ontem, que vi forçada pelas circunstâncias, que me puseram na rua - visita ao dentista, oh festa!
Entretanto, como noticiei esta semana, faleceu um amigo e colega de turma, o Fred, pessoa sempre muito alegre e divertida.
Essa perda me entristeceu sobremaneira, e o sentimento se intensificou quando, no velório, vi outros colegas, e tomei conhecimento de dores que afligem outras pessoas, que se esforçam para manterem-se equilibradas em face dos infortúnios. Isso me tem levado a pensar, muito, na necessidade de nos assistirmos, de nos aproximarmos, de nos cuidarmos mais.
Você conhece alguém e tem com essa pessoa uma convivência cordial.
Convivência cordial, apesar do "cordis", não é do coração, é das relações sociais.
Você não deve ficar longe dos seus amigos, embora o sábio Salomão recomende que  sejamos parcimoniosos em "permanecer" nas casas das pessoas. De fato, o que ele recomenda é que você não seja "mala", não se abolete na casa dos outros. Mas ele também diz que, na aflição, é melhor o amigo perto que o irmão longe. Para que você recorra ao amigo perto, imprescindível que a amizade seja cultivada, como a planta no vaso, no jardim: água em tempos certos, podas, afofar a terra, adubar, coisas indispensáveis para sua planta ficar bonita e saudável.
Assim a amizade.
Por isso preciso ir com urgência à loja Roupa Minha e Afins. Por circunstâncias várias lá não tenho ido, e é Natal; Elisete e Margarete são duas amigas preciosas e carinhosas, sempre dispostas a passar um café fresco tão logo você chegue.
Vou lá. Se correr, pegá-las-ei com a loja aberta, ainda hoje.
Fui.

3 comentários:

  1. Temos mesmo que ser mais borboletas do que lagartas;) Obrigada pela sua visita, pelo seu carinho e pelas histórias contadas em nossos cafés. Que você nos presenteie sempre com textos como este.

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